ALFABETIZAÇÃO ACELERADA EM CASA

Alfabetização acelerada em casa

É justamente na primeira infância que o seu filho desenvolve as habilidades mentais que ele vai aprimorar e especializar no decorrer do seu crescimento e aprendizagem.

Acontece que essas habilidades não são natas, não se desenvolvem sozinhas e não são naturais. A boa noticia é que essas habilidades são aprendidas através dos estímulos externos, da interação e da experimentação por meio dos sentidos.

Sendo assim, você pode ter um papel fundamental no desenvolvimento e aprendizagem futura do seu filho.

Certamente, crianças precocemente alfabetizadas tem maior facilidade em absorver e compreender conteúdos escolares, desenvolvem a criatividade, a memória e o raciocínio lógico, mantem o interesse e a curiosidade pela leitura e conseguem aprimorar a escrita e o vocabulário, como também desenvolvem diferentes formas de expressão.

Como ensinar a ler e a escrever com método fônico



   O método fônico é uma alternativa. As músicas de alfabetos visam introduzir as vogais e consoantes fazendo a associação dos sons com as letras. A música é uma grande chave para isso, funcionando como atrativo para que o alfabeto seja memorizado.
O método silábico, depois do conhecimento do alfabeto, consiste na formação de palavras por sílabas. Por exemplo, depois do a-e-i-o-u, introduzir formações silábicas como na-ne-ni-no-nu, ma-me-mi-mo-mu, etc.

Para começar, é importante ponderar que a criança precisa superar três desafios para ler e escrever com fluência:

Descobrir o princípio alfabético, isto é, descobrir o fato de que as palavras são formuladas por fonemas (sons menores do que a sílaba) e que os fonemas, por sua vez, são representados por grafemas (letras);Aprender a decodificar, ou seja, aprender as relações entre os fonemas e os grafemas que os representam para extrair o som das palavras escritas;Aprender o princípio ortográfico, ou seja, as regras que regem a escrita das palavras.

O desenvolvimento da consciência fonêmica é a base para a descoberta do princípio alfabético. Consciência fonêmica refere-se à capacidade de identificar os segmentos de som que formam uma palavra. Esses seguimentos se chamam fonemas. O método fônico é a maneira de alfabetizar através dessa conscientização.

Usamos o termo “consciência” porque a criança (ou até mesmo o adulto, quando ele é analfabeto) não tem consciência desses elementos: é por meio de brincadeiras de rimas, assonâncias e aliterações que se toma consciência dos aspectos da palavra.

Todo pessoa que se alfabetiza adquire o princípio alfabético, ou seja, a ideia de que quando se muda uma letra da palavra, muda-se a pronúncia da palavra. Exemplo: se havia lago e mudou para mago, a criança percebe que mudou algo. Se havia pá e virou pé, ela percebe que muda a forma de escrever e de ler a palavra. Quanto mais cedo se adquire esse princípio, mais rapidamente acontece a alfabetização.

Se a criança não adquire a consciência fonêmica, ela pode pensar que as palavras são como desenhos, e passar a decorá-las (o que vai limitar muito seu vocabulário). Ou ela decora apenas as sílabas e compõe as palavras silabando, o que a torna um leitor ineficaz. Somente a tomada de consciência sobre os fonemas permite adquirir o princípio alfabético. Esse é o primeiro passo para uma alfabetização eficaz.

Para desenvolver a consciência fonêmica, o professor (ou o adulto que se propor a alfabetizar uma criança em casa) deve apresentar os sons das palavras, mas não de maneira mecânica e sem sentido. Seu objetivo deve ser fazer com que as crianças entendam que:

as palavras têm sons: cada palavra tem um som diferente;as letras representam os fonemas (você vai usar com elas a palavra “sons”, para facilitar o entendimento);para mudar a palavra, precisa mudar uma ou mais letras;quando muda a letra, a palavra fica diferente, tem outro som;para ler, é preciso identificar os sons que as letras representam (analisar) e juntar (sintetizar) estes sons para formar a palavra. As técnicas básicas são duas: análise e síntese de fonemas, para formar a palavra – essa parte está detalhada mais abaixo.

Neste momento inicial, o objetivo ainda não é o de ensinar a criança a ler ou escrever com ortografia perfeita. Seu objetivo é ajudá-la, através de exercícios, a descobrir que há uma relação bastante sistemática entre os sons que ela ouve nas palavras e as letras que representam estes sons.

Antes de chegar ao fonema, pode-se usar as unidades de segmentação mais conhecidas das crianças: palavras e sílabas.
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> Síntese oral

Existem várias técnicas para ensinar os alunos a decodificar palavras. As mais comuns e mais eficazes são as técnicas de análise (decompor palavras em fonemas) e síntese (juntar fonemas para formar palavras). O objetivo dos exercícios de síntese oral é ajudar o aluno a compreender que palavras são formadas por unidades menores de som (fonemas e sílabas). O grande desafio é identificar os fonemas – que são a menor unidade sonora das palavras. São os fonemas que estão na base do código alfabético.

É mais fácil juntar pedaços de palavra (sílabas) do que fonemas individuais (letras), por isso, os exercícios que vamos propor aqui envolvem a decomposição de palavras em sílabas. Isso é apenas para ajudar a compreender que uma palavra tem som e dentro dela há pedacinhos. Mas os exercícios não podem parar por aqui e devem avançar para os fonemas.
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> Análise oral

A análise é o reverso da síntese. Analisar significa decompor, separar os fonemas (sons) que formam uma palavra. Isso ocorre tanto na leitura quanto na escrita: o código alfabético é reversível, transforma letras em sons e sons em letras. Ele funciona nas duas direções – por isso é importante apresentar os sons e as letras que os representam ao mesmo tempo. O processo de análise envolve:

ouvir a palavra UAI, por exemplo identificar os sons /u/ /a/ /i/

Para ler e escrever, é preciso sempre analisar a síntese de fonemas. Por isso, estes dois exercícios (o de cima e o abaixo) sempre são feitos na sequência, para que a criança compreenda o processo de ida e volta: é assim que funciona o código alfabético.



Como ajudar a criança a ler com fluidez

Existem diferentes fatores que vão determinar a fluidez e o nível de compreensão da leitura para cada criança:

1. As características próprias de cada criança: idade, personalidade, interesses: Devemos potencializar, estimular e aproveitar ao máximo as capacidades dos nossos filhos, seus pontos fortes e ao mesmo tempo oferecer-lhes leituras adequadas e cativantes para eles. Tente fazer com que seus filhos leiam todos os dias um pouco. Dessa maneira irão criando um hábito de leitura.

2. O método de ensino: É fundamental que o método de ensino da leitura que se esteja utilizando em cada momento seja gostoso, estimulante e motivador para a criança e para quem ensina.

3. O ambiente familiar e escolar: Geralmente as crianças que estão acostumadas a ouvir contos dos pais desde pequenas, ou que pertençam a famílias que gostem de ler, como pais e irmãos que lêem com frequência, podem se converter em melhores leitores. É bom que vejam como seus pais e irmãos se divertem lendo e, além disso, comentam o que estão lendo.

O uso abusivo da televisão ou dos videogames pode influenciar negativamente a leitura, já que sobra pouco tempo para ler e porque acaba recebendo passivamente a informação que sai de uma tela e fica mais cômodo do que ler. Acabam se tornando crianças conformistas.

4. A apresentação e o conteúdo das leituras: o argumento, as ilustrações, o tipo de letra e o assunto devem ser de acordo com a etapa leitora de cada criança. Hoje em dia dispomos de muitos livros em diferentes formatos entre os que podemos escolher dentre os quais podemos escolher os mais adequados para cada pessoa. O querer ler e fazê-lo habitualmente depende das capacidades e gostos do leitor, mas também de um modo notável da leitura que é oferecida à criança.

O ideal é oferecer uma leitura em que tanto a apresentação como o conteúdo sejam os mais atrativos, interessantes e adequados à capacidade, interesse e necessidades de cada criança. Por isso, é muito importante levarmos em conta os seus interesses e preferências.

5. Leve a criança a uma biblioteca pública: É interessante ter bons livros em casa, mas também a biblioteca pública é um lugar ideal e que nos oferece a oportunidade de buscar livros de todo tipo. À medida que a criança vai desenvolvendo seus interesses e preferências terão mais interesse em escolher seus próprios livros. Não devemos nos esquecer de criar nossos próprios contos, ajudados pelas novas tecnologias. Existem numerosas aplicações informáticas criadas para esse fim.

6. Potencializar a capacidade de compreensão da leitura: Quando lemos um livro ou um conto, podemos fazer uma leitura conjunta do mesmo. Primeiro a gente lê um parágrafo e contamos com nossas palavras o que lemos, e em seguida nosso filho lerá outro parágrafo e fará o mesmo. Será muito mais interessante e divertido se fizermos com dramatismo, dando ênfase nas vozes dos personagens, no ritmo e na melodia.

A vantagem desse método é que ele é comprovadamente o mais eficaz na alfabetização, de acordo com evidências científicas. Além disso, pode ser utilizado também na alfabetização de adultos e com crianças com dificuldades de aprendizagem.

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